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2022: hora de eleger candidatos negros

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set 26 2022
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A gente está num momento muito bom da luta negra, que não é só uma luta contra todas as manifestações de racismo, mas também uma luta pela afirmação da nossa cultura, de nossa estética, da nossa beleza, da nossa autoestima, do nosso jeito de ser, da nossa história, da nossa humanidade, enfim.

E isso, quer se queira ou não, passa pela representatividade nas instâncias de decisão e poder, como parlamentos e cargos executivos.

Num regime democrático, é nesses espaços que se decidem políticas públicas e melhores ou piores condições de vida.

Por isso o voto é importante.

Estamos num momento legal, e é preciso seguir em frente e eleger pessoas negras comprometidas com a causa negra e com o movimento negro.

Isso porque somos subrepresentados nessas instâncias de poder. E temos que ter mais gente como nós lá, pessoas que saibam as dores que sofremos, pessoas que sintam as dores que sofremos, que conheçam as lutas que lutamos e vivam o que nos alegra.

Não deixe de votar, não se intimide.

Não desperdice o voto, não anule nem vote em branco. Se você não tem candidato, dá uma olhada neste site e veja se tem alguém com quem você se identifica. Lá tem os candidatos por estado: https://quilombonosparlamentos.com.br/

Home

Dados indicam que estas eleições são as que têm maior número de candidatos negros e mulheres.

E vamos definir o jogo no primeiro tempo.

Vamos liquidar a fatura no primeiro turno votando no candidato do campo democrata, pois estas eleições convivem com a ameaça de violência das forças antidemocráticas, então o lance é não deixar nada pra depois e mandar embora quem destruiu cultura, saúde, educação, Fundação Palmares e Seppir.

Axé!

Márcio Barbosa

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O QUE É CONTO?

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jun 25 2021
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Segundo os dicionários, o conto é uma narrativa breve, contendo unidade de conflito e ação. Muitas vezes também traz unidade de tempo e espaço, e pequeno número de personagens.

O conto é, sobretudo, um texto de ficção, isto é, de invenção, criatividade, elaboração, fantasia. 

O conto é diferente da crônica. A crônica é geralmente um comentário sobre um evento cotidiano real e tem finalidade jornalística, de registro imediato. Embora o conto também possa partir de eventos cotidianos, sua trama é sempre imaginada. Assim, no conto constrói-se um universo ficcional e linguístico próprio. Quer dizer, a possível referência ao fato cotidiano se torna atemporal.

Conflito

Outro ponto que difere o conto da crônica é o conflito. No conto, o conflito é central. A construção dos personagens a partir de um conflito é o que faz o conto ganhar intensidade e dramaticidade ou, se for um texto cômico, que traz um falso conflito, ganhar humor.

Mas o que é o conflito? O conflito é o resultado de forças que puxam para lados opostos. Pode se manifestar no desafio colocado para uma personagem, que tem que escolher entre várias atitudes a tomar diante de um fato (por exemplo, optar entre um relacionamento ou a vida profissional, opções que, no texto, podem ser inconciliáveis). O conflito também pode se manifestar em situações extremas (por exemplo, um jovem se vê diante de forças policiais que ameaçam sua vida e ele tem que defendê-la). No primeiro exemplo há um conflito interno da personagem, no segundo exemplo o conflito é externo. 

Ação

O conflito solicita uma (ou mais de uma) decisão e ação. Mas os personagens decidem e agem (ou deixam de agir) de acordo com seus sentimentos. Por isso, as emoções em primeiro lugar e a subsequente ação é que fazem o conto progredir. São as motivações, os desafios, os sentimentos das personagens e suas consequentes ações que levam o texto adiante.

Linha fina

Lima Barreto e Machado de Assis eram excelentes contistas e cronistas. E a linha que separa o conto e a crônica pode ser muito fina. Uma diferença importante talvez seja que o conto “mostra” as ações dos personagens assim como ações encadeadas. Além disso, os diálogos podem nos mostrar o que os personagens pensam e fazem. Por outro lado, a crônica “mostra” menos as ações e faz uma reflexão mais linear sobre um fato.

Empatia

A literatura afro-brasileira tem se caracterizado por apresentar situações existenciais que nos permitem, em menor ou maior grau, refletir sobre a questão racial. Às vezes essa questão é central, às vezes ela é parte de um conflito maior. A diversidade de abordagens que levam à reflexão é muito grande.

Não podemos esquecer, porém, que o texto literário não é só feito de gravidade, seriedade. Ele também tem um componente lúdico, de diversão, entretenimento. Esse componente, bem dosado, faz com que o leitor se envolva com o texto, quer dizer, participe, saia de sua vida quotidiana e de sua zona de conforto para “entrar” na vida do personagem. Isso gera empatia, reflexão, emoção, coisas que trazem adesão e são extremamente necessárias.

Embora, no limite, possamos imaginar que o conto, assim como a poesia, é tudo aquilo que a gente considera conto, é importante refletir sobre essas definições que já vêm sendo pensadas em relação a esse gênero literário.

Márcio Barbosa

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CADERNOS NEGROS 43 – UM LIVRO DE RECORDES

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jun 07 2021
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O volume 43 da série Cadernos Negros, organizado em 2020, chegou batendo alguns recordes em relação a outros livros da série. É o volume com o maior número de autorxs, o maior número de páginas e o maior número de mulheres dentre todos os quarenta e três livros já publicados. Isso também demandou um maior número de avaliadorxs, gerando uma processo em que talvez tenhamos chegado a cerca de uma centena de pessoas envolvidas só na gestação do livro, sem contar seu lançamento, ocorrido em abril de 2021.

Ao mesmo tempo em que isso foi fascinante, também foi desafiador, pois foi um trabalho gigantesco dar conta de um processo assim no prazo que temos disponível para fazer cada volume. Isso, acrescido à situação de pandemia que vivemos desde o início de 2020, tornou a tarefa extremamente dificultosa. Mas os organizadores, Márcio Barbosa e Esmeralda Ribeiro, com o apoio de outrxs autorxs e pessoas, conseguiram dar conta de tal empreitada. E, é lógico, a receptividade dxs leitorxs é fundamental para que a série siga adiante. Enfim, o livro está na rua para todxs que se interessarem. E que sejam muitxs.

Cadernos 43 sai com 488 páginas, 65 autorxs, 40 delxs são mulheres. Uma pesquisa realizada há algum tempo identificou que uma figura feminina, a mãe, é a maior responsável por criar o hábito de leitura nas crianças. Aqui em Cadernos, as mulheres têm também ocupado cada vez mais o merecido espaço como autoras. Desde o pós-abolição, passando pela Frente Negra, tem-se registrado o papel das mulheres como participantes e protagonistas das lutas e empreendimentos do povo preto. E isso tende a aumentar com o tempo.

Como diz a atriz Vera Lopes numa das orelhas: “Cadernos Negros prosa ou poesia são fundamentos, nos aprontam e nos fortalecem para os múltiplos enfrentamentos; viabilizam encontros a partir das letras até a cumplicidade de momentos compartilhados”. O querido cantor e escritor Martinho da Vila também afirma: “Cadernos Negros é uma publicação de resistência em alto nível e já foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura”. Já o sambista e sociólogo T-Kaçula observa que os Cadernos contribuem estruturalmente “no contexto de como observamos o mundo, seja no campo da política, da economia, da literatura e das relações raciais no nosso país”.

Os Cadernos continuam saindo como um trabalho cooperativo, portanto, adquiri-los, lê-los e indicá-los para outras pessoas é contribuir para o seu processo de continuidade.

Você pode encontrá-los aqui na livraria do site: Livraria.

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CADERNOS NEGROS 42 E O JABUTI

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out 29 2020
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Olha, que notícia legal: Cadernos Negros volume 42 é finalista do prêmio Jabuti de 2020.

Lógico que temos de celebrar.

A notícia até pode surpreender porque Cadernos sempre caminhou na contramão do mercado editorial. Esse mercado sempre deixou invisíveis autorxs e textos que Cadernos insiste em tornar visíveis.

Entretanto, a missão de dar visibilidade a essxs autorxs e textos sempre nos fez ver que tínhamos de cobrar de mercado e da Academia a atenção justa que autorxs negrxs merecem ter. Isto é, sempre procuramos e procuraremos combater o racismo que existe no campo literário. Fazemos isso de uma forma também prática, cobrando de livrarias, da grande mídia, de iniciativas como a do Jabuti e outras iniciativas similares maior atenção e visibilidade para a literatura afro-brasileira.

Ao longo dos anos, a CBL e o Jabuti têm se mostrado sensíveis a essas questões. E a recente curadoria do Jabuti teve iniciativas bem objetivas, que se refletiram na inclusão de mais juradxs pretxs, por exemplo.

Isso talvez tenha resultado numa diversidade maior de livros, com publicações independentes tendo mais destaque, com vários autorxs negrxs como finalistas.

Com certeza isso é positivo, pois reflete melhor a diversidade sociorracial que é o Brasil e a demanda que a sociedade vem tendo em relação às questões raciais, especialmente após o trágico caso de George Floyd.

Ainda falta o regulamento do Jabuti fazer mais menção à questão da diversidade, por exemplo. Mas há um progresso. Pouco a pouco (muito devagarinho mesmo) o mercado editorial também está mudando. Está prestando atenção no que existe além do seu umbigo, nos quilombos modernos e periferias. Vamos pensar também que o mercado editorial brasileiro praticamente começou a partir da iniciativa de um empreendedor negro: Francisco de Paula Brito. Machado de Assis afirmou que ele é o primeiro editor digno desse nome no Brasil. Então, temos uma tradição que precisa ser resgatada nessa área.

É apenas um prêmio e nosso foco é o próximo volume de Cadernos.

Nossa maior vitória é o lançamento de cada volume.

Mas por que não torcer pelo 42? Afinal, é o mais expressivo prêmio do mercado editorial.

 

Axé!

 

Márcio Barbosa

Autorxs do CN42:

Akins Kintê, Alcidéa Miguel, Alessandra Sampaio, Ana Fátima, Anamaria Alves, Augusta Nunes dos Santos, Carlos Cardoso dos Santos, Benicio dos Santos Sa Catita, Claudia Walleska, Cuti, Decio de Oliveira Vieira, Edson Robson, Elaine Marcelina, Esmeralda Ribeiro, Fernando Gonzaga, Gui Denker, Jairo Pinto, Jéssica Nascimento, Joceval Nascimento (Layê), Kasabuvu, Leandro Passos, Lia Vieira, Lidiane Ferreira, Lígia Santos Costa, Lílian Paula Serra e Deus, Lindevania Martins, Lorena Barbosa, Luana Passos, Luciana Leitão, Manoel Francisco Filho, Manuella Santos, Mari Vieira, Marli de Fátima Aguiar, Míghian Danae, Nana Martins, Samira Calais, Silvia Barros, Uilians Uilson Santos, Val Lourenço, Zainne Lima da Silva.

https://www.quilombhoje.com.br/livraria/index.php/produto/cadernos-negros-volume-42-poemas-afro-brasileiros/

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SAMBA-ROCK É COISA NOSSA

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jul 30 2020
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Texto de Márcio Barbosa

Edição da Revista Raça

Por que Samba-Rock?

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O PRIMEIRO PARTIDO POLÍTICO NEGRO BRASILEIRO

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jul 28 2020
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Foto de aniversário da Frente Negra em 1935Foto do aniversário da Frente Negra em 1935

A Frente Negra Brasileira foi uma associação que se converteu no primeiro e, até onde se tem notícia, único partido político negro brasileiro do século XX (outro partido com características similares foi criado em 2001, o PPPomar). Mais abaixo reproduzimos a ata da sessão do Tribunal Superior Eleitoral de 11/9/35, que concedeu o registro de partido à Frente. A publicação ocorreu no Boletim Eleitoral de 14/9/35.

Contemporaneamente há uma narrativa que tenta associar a Frente Negra a posições de extrema-direita. Embora posições extremas no espectro político, à direita ou à esquerda, sempre tenham sido rechaçadas pela entidade, o que é comprovado seja por meio de artigos em seu jornal ou por depoimentos, essa visão sobre a Frente deriva do posicionamento de seu primeiro presidente, Arlindo Veiga dos Santos, militante patrianovista, isto é, monarquista, cristão e conservador, que, no entanto, fazia questão de dissociar tal militância de sua atuação frentenegrina.

Somos levados a questionar por que a narrativa que tenta captar e congelar certa visão sobre a Frente não tem a mesma postura em relação a algumas figuras proeminentes do mundo acadêmico branco, as quais também num primeiro momento se manifestaram simpáticas a movimentos como o integralismo. Monteiro Lobato é um exemplo, e não só suas ações conservadoras são esquecidas, mas também suas posições racistas são constantemente sublimadas em favor da “importância de sua obra”.

De qualquer modo, a atuação político-partidária, recusada pela Frente num primeiro momento, mas considerada um caminho necessário depois, teve curta vida, terminando com o golpe de Getúlio Vargas em 1937. Essa curta trajetória como partido foi extremamente importante para mostrar as possibilidades de organização da população preta em plena década de 1930.

Márcio Barbosa


Estado de São Paulo

Consulta n. 1.581 — Classe 6a, do art. 30, do Reg. Int.

(Pedido de registro da “Frente Negra Brasileira”)

Acórdão

 

Vistos, relatados e examinados estes autos de requerimento de registro do partido político “Frente Negra Brasileira”, e

Considerando que, depois da exigência de fls. 10 v., feita pelo Tribunal Superior, para que a requerente provasse o modo legal de pessoa jurídica constituída, bem assim da constituição dos seus órgãos representativos, pois que as declarações de fl. 3. e documentos que as acompanhavam careciam de clareza e autenticidade, foram produzidos novos de fls. 12 usque 22, todos perfeitamente autenticados;

Considerando que, assim, preenchidas se acham as exigências dos arts. 167 e 168 do Código Eleitoral;

Considerando que a requerente está no gozo dos direitos de personalidade jurídica, nos termos da lei (art. 166), e já nos arts. 3°, princ., e 4° dos seus Estatutos, se revelasse a sua orientação política e os meios de que se servirá para alcançar os seus fins sociais ”dentro da ordem legal instituída no Brasil”, efetivando a sua ação política-social em sentido rigorosamente brasileiro;

Considerando o mais que dos autos consta:

Acordam os Juízes do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral em deferir afinal o pedido e mandar que se registre como partido político a associação “Frente Negra Brasileira”, com sede principal à rua da Liberdade n. 196, na cidade de São Paulo, capital do mesmo nome, com âmbito de ação partidária estendendo-se por todo o território nacional, e sendo seus representantes perante este Tribunal Justiniano Costa, João Cypriano de Souza e Francisco Lucrécio.

Façam-se as comunicações regimentais de acordo com os § 2° e 3° , do art. 168, do Código Eleitoral, e a publicação no Boletim Eleitoral.

Foi voto vencido o Sr. Desembargador José Linhares, opinando pela denegação do registro, em vista de não permitir a Constituição Federal que se faça distinção da ordem jurídica por motivo do raça.

Tribunal Superior de Justiça Eleitoral, em 11 de setembro de 1935. — Hermenegildo de Barros, Presidente. — João Cabral, Relator.



Acréscimo.

Reproduzimos abaixo um interessante documentário da Cultne, incluindo pessoas importantes do movimento negro, algumas das quais não estão mais conosco. Vemos aqui, por exemplo, Milton Barbosa, Maria Lúcia, Neusa Maria, Amauri Mendes. No orum: Aristides Barbosa, Francisco Lucrécio, Hamilton Cardoso, Henrique Cunha, José Correia Leite, Teresa Santos.

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Tagged as: #aristocrataclube, #ativismo, #documento, #partido negro, #votonegro, frente negra

25 DE JULHO

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jul 28 2020
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“Consciência negra

 

Minha consciência negra

É a expansão da arte

Feita por aqueles

Que sentem a ancestralidade africana

Em seu âmago

Todos os dias

Herdada em milênios.

 

Minha consciência negra

Atravessa os horizontes,

Ultrapassa as estatísticas,

Vira o jogo

Promovendo reparações

E assumindo o que lhe é por direito.

 

Minha consciência negra

Não depende do seu olhar,

Ela advém de referências outras:

Aqualtune, Dandara, Elisa,

Lélia, Beatriz, Carolina,

Conceição, Hildália, Vilma

Para dentro de mim,

E no abraço com as irmãs

Nessa luta milenar.”

     

               Ana Fátima (em Cadernos Negros)

25 DE JULHO

O dia 25 de julho celebra o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha. A data foi criada em 25 de julho de 1992, durante o primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana, como marco internacional da luta e da resistência da mulher negra.

 

Em 2014, a presidenta Dilma Rousseff sancionou uma lei que tornou o 25 de julho o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, a partir de projeto relatado pelo deputado Evandro Milhomen (PCdoB-AP).

 

Tereza de Benguela foi uma importante líder quilombola que viveu durante o século 18. Ela era casada com José Piolho, que chefiava o quilombo do Piolho ou Quariterê, nos arredores de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso. Quando o marido morreu, ela assumiu o comando da comunidade, revelando-se uma líder. 

 

Teresa comandou a estrutura política, econômica e administrativa do quilombo. Os objetos de ferro utilizados contra a comunidade negra eram transformados em instrumentos de trabalho.

 

Obviamente, a luta da mulher negra contra a violência (física ou moral), contra o preconceito, a batalha por igualdade salarial, por visibilidade, dignidade e respeito tem sido constante, assim precisamos celebrar o 25 de julho sem esquecer que o dia da mulher negra são todos os 365 dias do ano.

 

Márcio Barbosa

(Fontes: https://radioagencianacional.ebc.com.br; http://pcdobnacamara.org.br; https://www.geledes.org.br)

A participação de mulheres escrevendo em Cadernos Negros é crescente. Um levantamento de Esmeralda Ribeiro mostra que até o volume 41 tinham passado 88 autoras pelas páginas de Cadernos. Somando-se com as que publicaram pela primeira vez no volume 42 chega-se a 97 autoras. Quase cem escritoras participando de Cadernos Negros! O que coloca a série como um importante veículo pra trazer à luz os textos de mulheres afro-brasileiras que fazem dos contos e poemas um meio de expressão. Nossa profunda gratidão a essas autoras, que são:

 

 Alcidéa Miguel

Alessandra Sampaio

Aline Soares Negríndia

Alzira Rufino

Ana Célia da Silva

Ana Fátima dos Santos

Anamaria Alves

Andréia Lisboa de Sousa

Ângela Lopes Galvão

Anita Canavarro

Anita Realce

Aretusa dos Santos

Atiely Santos

Augusta Nunes dos Santos

Beatriz Lima

Benedita Delazari

Benedita Lopes

Catita

Celinha Pereira

Claudia Gomes

Claudia Walleska

Conceição Evaristo

Cristiane Mare

Cristiane Sobral

D’ilemar Monteiro

Débora Almeida

Débora Garcia

Denise Lima

Dirce Prado

Edenice Fraga

Elaine Marcelina

Elaine Rodrigues da Silva

Eliana Alves Cruz

Eliane Francisco

Eliete Gomes

Elizandra Souza

Esmeralda Ribeiro

Fátima Trinchão

Flávia Martins

Geni Mariano Guimarães

Graça Graúna

Hildália Fernandes

Iracema M. Régis

Jéssica Nascimento

Joana D’arc

Jocélia Fonseca

Jovina Souza

Jovina Teodoro (Vina Di Abreu)

Júlia Costa

Juliana Costa

Kaiámiteobá

Lia Vieira

Lidiane Ferreira

Lígia Santos Costa

Lílian Paula Serra e Deus

Lindevania Martins

Lorena Barbosa

Louise Queiroz

Lourdes Dita

Luana Passos

Luciana Leitão

Magdalena de Souza

Manuella Santos

Mari Vieira

Maria da Paixão

Marise Tietra / Tietra (Marisa Araújo)

Marli de Fátima Aguiar

Marta Monteiro André

Mel Adún

Míghian Danae

Miriam Alves

Nana Martins (Silvana Martins)

Negranória D’oxum

Neusa Maria Pereira

Patricia Aniceto

Pretta Val

Raquel Almeida

Raquel Garcia

Regina Helena da Silva Amaral

Rosa Gabriela

Rosangela Nascimento

Roseli Nascimento

Ruth de Souza Saleme

Samira Calais

Serafina Machado

Silvia Barros

Sônia Fátima Conceição

Suely Nazareth H. Ribeiro

Therezinha Tadeu

Tuanny Medeiros

Urânia Munzanzu

Valéria Lourenço

Vânia Melo

Vera Lucia Barbosa

Vera Lúcia Benedito

Zainne Lima da Silva

Zula Gibi

Axé!

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PRA QUE LER?

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out 29 2016
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mãe e filho lendo

Um bom livro marca nossas vidas. Não é à toa que, em épocas remotas, a leitura era privilégio de sacerdotes. Há algo mágico numa boa leitura. Mágico no sentido de que escapa à nossa compreensão racional, imediata, e fala com camadas mais profundas de nosso ser, camadas mais acessíveis pela intuição e pela emoção.

Muito se fala a respeito dos benefícios da leitura em geral. Ela amplia nosso vocabulário, estimula a reflexão, aumenta nosso conhecimento a respeito do mundo e de nós mesmos.

No entanto, a leitura de bons livros pode fazer mais. Bons livros de ficção e poesia podem nos fazer viajar por cidades, países, épocas ou universos distantes enquanto estamos em nossa sala, numa biblioteca ou num vagão de metrô. Além disso, bons livros nos fazem companhia, deixamos de ser solitários à medida que conhecemos novos personagens e novas situações, à medida que nos identificamos com eles ou elas e torcemos para que consigam fazer o que se propuseram a fazer e sejam felizes. Emprestamos-lhes por algum tempo nossas expectativas e energia.

A questão é: um bom livro é só o que o cânone diz que é bom? São só os clássicos? É só o que consta na lista dos mais vendidos das principais revistas? Só o que passou pelo crivo da indústria cultural e dos seus intelectuais orgânicos destinados a chancelar e decidir o que devemos ler e como devemos nos sentir?

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, lançada em 2016 pelo Instituto Pró-Livro, revela que de 2002 até 2015 aumentou o nível de escolaridade no Brasil, e de 2011 até 2015 aumentou o número de livros lidos pelos brasileiros. Pouco, é verdade (4 livros por ano em 2011 e 4,96 em 2015), mas já é algo. Mulheres leem mais que homens (59% x 52%). E, embora, a pesquisa não entre nesse aspecto, provavelmente a movimentação de escritores e ativistas negros e periféricos nesse campo deve ter contribuído para que mais pessoas tenham acesso à leitura e tomem gosto por ela.

Um outro dado interessante na pesquisa citada é que há uma pergunta sobre quem influenciou no gosto pela leitura. E a maioria respondeu que foi a mãe ou uma figura feminina com esse papel. Mais do que o pai ou os professores/professoras.

Um bom livro talvez seja aquele que nos comove, que nos faz sair de nosso lugar comum, de nossa zona de conforto, que nos faz virar as páginas, nos educa e nos entretém. É também aquele que mexe com nosso imaginário, que nos faz ver como as coisas poderiam ser, não só como elas são. Nesse sentido, as literaturas afro e periférica têm muito a acrescentar, especialmente num momento político de tantas incertezas e retrocessos.

E, a considerar os dados da pesquisa citada, o papel de mulheres negras e periféricas é fundamental não só na produção, mas também no ensino e na difusão dessa literatura.

 

Márcio Barbosa

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Tagged as: leitura, literatura afro, Literatura Periférica

Sobre o voto étnico

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out 01 2016
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Desde que a Frente Negra Brasileira se tornou partido em 1935 e lançou seus candidatos, tenta-se chamar a atenção para o fato de que a população precisa eleger representantes negros, comprometidos com a luta do povo afro por cidadania, para ocupar espaços de poder.

A cada nova eleição essa discussão vem à tona e as reclamações e considerações são geralmente as mesmas: diz-se que falta união, faltam projetos comuns, falta a população afro se identificar como comunidade, diz-se que não é necessário eleger caras pretas porque podemos ser representados por outras pessoas e nem sempre um candidato negro está comprometido com a história do povo afro e/ou com a luta antirracista.

Acrescente-se a isso uma justificável indiferença e descrença em relação aos políticos e à política, sentimento que só faz crescer ao longo do tempo, e temos uma cena que se repete a cada nova eleição: exclusão da população negra dos espaços de poder.

Pode-se explicar a ineficácia do voto étnico também por fatores econômicos e sociais, por barreiras historicamente construídas em torno de certos espaços (espaços de poder, mas podemos citar também campos de entretenimento, como o cinema e a TV, e de saber, como, até pouco tempo atrás, as universidades) e que nos mantêm, coletivamente, do lado de fora.

Mas não podemos deixar de constatar um fato: quem não gosta de política é governado(a) por quem gosta, como diz um ex-presidente. Além disso, a guinada política conservadora e fascista que o país vem dando assusta e sabemos que na sua mira está majoritariamente a população pobre e preta. Os índices de extermínio dessa população estão aí para que, lamentavelmente, constatemos isso, assim como os ataques em redes sociais.

Mas ao longo do tempo, alguns afrodescendentes têm conseguido romper essas barreiras e se eleger.

E, felizmente, o Brasil dos últimos anos viu crescer uma juventude negra consciente e empoderada, que sabe que pode e tem capacidade de tomar nas mãos as rédeas de seu próprio destino e isso enche de esperança para que nestas próximas eleições possa surgir algo novo.

Em SP, é interessante observar a candidatura de pessoas oriundas da periferia, do movimento hip hop e movimentos populares, como Douglas Belchior, Shary Laine, Alessandro Buzzo, por exemplo.

Com certeza, isso se repete em várias outras cidades. Resta-nos aguardar para saber se aquele ideal perseguido pela Frente Negra no início do século XX vai ser minimamente alcançado no próximo domingo.

Márcio Barbosa

a-voz-da-raca

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SOBRE O LANÇAMENTO EM SALVADOR

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mar 01 2016
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Cadernos Negros 38 está na estrada. E a noite linda do lançamento em Salvador é descrita no texto de uma das autoras, Fátima Trinchão, que reproduzimos abaixo:


LANÇAMENTO DA ANTOLOGIA CADERNOS NEGROS 38

SALVADOR  –  BAHIA

Em 26 de fevereiro do ano em curso tivemos a alegria de nos encontrarmos na Biblioteca Central dos Barris – Espaço Quadrilátero – a partir das 18h, quando foi lançada a antologia Cadernos Negros 38 aqui em Salvador da Bahia.

E nós autores da Bahia e de Sergipe estávamos lá. Jairo Pinto, Ana Fátima, Benício Santos, Luís Carlos de Oliveira, Aline Soares e Fátima Trinchão. Este grupo de escritores que  se reuniu no Espaço Quadrilátero da Biblioteca honrou sobremaneira a literatura brasileira e em particular a literatura afro-brasileira. Cada um trazendo a sua contribuição à literatura nacional através dos vários contos publicados que chegam até nós leitores, proporcionando-nos deleite e nos induzindo à  provocação. Mas provocação essa que traz consigo o poder da reflexão.

É isso! Provocar para refletir, trazer à baila, fazer pensar, educar, transformar, mudar atitudes e pensamentos, pois neste e naquele conto encontro-me nas palavras de um personagem, nas angústias do protagonista, nas peripécias do antagonista, nos ensinamentos morais que o texto me trará e no momento em que inopinadamente vejo-me a comungar com o autor as narrativas inspiradas nas suas memórias e experiências, nas suas vivências, no ouvir falar, enlevo-me na riqueza do texto e, vez por outra, descanso o livro por sobre a mesa, fecho os olhos e viajo. Ponho-me a pensar como estou ali tão bem representada. Parece até que o autor, ao elaborar a sua criação, o fez pensando em mim. Parece até que alguém que muito bem me conhecia contou para ele a minha história e aquele personagem, protagonista ou antagonista, se encaixa tão bem naquilo que sou e vivi.

A noite estava fresca, e a plateia, cúmplice.

O evento foi iniciado com uma palestra grandiosa e enriquecedora da Professora Doutora Ana Rita Santiago que tanto nos transmitiu a respeito de nós e da nossa literatura; depois houve a apresentação dos autores, que discorreram sobre a sua criação, os seus momentos de inspiração e produção, e a performance maravilhosa do Coletivo Boca Quente.

O período de três horas passou tão rápido que nem sentimos, e se mais possibilidades de permanecermos juntos existissem, mais tempo ficaríamos.

A sessão de autógrafos muito me emocionou, como foi emocionante todo o acontecimento, os amigos que há tanto tempo não via, os versos e canções, que tanto me recordaram os que já foram e as suas lutas, os incentivos de tantos quantos ali presentes que não se fatigavam de valorizar e enaltecer esta literatura que fala sobre nós, sobre nosso jeito de viver, sobre nossas andanças, sobre a nossa religião, sobre a maneira como somos.

O nosso conto, A Santa, relata a fé de um povo, em uma santa, em uma Yabá. Narramos a exteriorização dessa fé, seja através da liturgia da igreja católica, seja através da liturgia da religião dos Orixás.

Tudo é fé, e na fé implícito está o amor e, ao final, tudo é amor.

Chegamos ao Cadernos Negros 38; este ano de 2016 será a vez da antologia CN de número 39 e no próximo ano, peçamos a Deus e aos Orixás que completemos os quarenta anos coroados de júbilo e realizações. Realizações não só daqueles que encetaram e venceram originalmente o desafio de uma literatura afro-brasileira, mas de todos aqueles que tiveram a sua estreia nos Cadernos Negros, como escritores, autores da saga de um povo, donos dessas vozes que falam de nós, e tantas e tantas vezes, que falam por nós.

Este dom não é obra do acaso e não é lícito calar-se.

 

Nossa gratidão a esses guerreiros, companheiros de todas as jornadas, que é em suma a mesma jornada de todos nós, desde os Cadernos Negros número um até aquele que um dia será.

 

Evoé

a todos os autores, escritores, pensadores, filósofos, poetas, contistas, prosadores que fazem a arte literária afro-brasileira, e a trazem ao seu público proporcionando-lhe dessa forma um melhor conhecimento de si.

salvador-lancamento2

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