QUILOMBHOJE

QUILOMBHOJE

Informes, comentários e outras coisas

  • Home
  • Sobre
  • Sem categoria
  • Informes
  • Comentários

QUILOMBHOJE NA BIENAL 2012

Posted in Comentários, Informes by admin
ago 21 2012
TrackBack Address.
Tweet
Fb-Button

Isso mesmo, rapaziada!

Foram muito legais as atividades que o Quilombhoje realizou na bienal do livro 2012, no Anhembi, em São Paulo, dia 19/8.

Houve um bate-papo sobre literatura afro, uma roda de conversa que foi interessante para discutir alguns temas que são pertinentes a essa ação de nos escrevermos, e que serviu também para exteriorizar algumas inquietações dos que estavam presentes.

Depois, mais tarde, rolou a roda de poemas, com a presença de muita gente interessada, participação de muitos jovens falando poesia. Foi da hora, e isso graças aos autores que trouxeram seu axé: Akins Kintê, Débora Garcia, Esmeralda Ribeiro, Márcio Barbosa, Sergio Ballouk, Thyko de Souza, além da participação super especial de Sidney de Paula Oliveira, de Cosme Nascimento na percussão, de vários outros poetas, rappers etc. Agradecimentos a todos os que participaram e à Secretaria Municipal de Educação. Algumas fotos estão no slideshow abaixo. Depois postaremos mais. E tem fotos também no blog do Sergio Ballouk: http://sergioballouk.blogspot.com.br/

No Comments yet »
Tagged as: Akins Kintê, bienal do livro, Débora, Esmeralda Ribeiro, Garcia, literatura afro, literatura negra, Literatura Periférica, Márcio Barbosa, Michel Yakini, Quilombhoje, Thyko de Souza

LITERATURA AFRO NA 22a. BIENAL DO LIVRO

Posted in Comentários, Informes by admin
ago 14 2012
TrackBack Address.
Tweet
Fb-Button

O Quilombhoje realizará duas atividades no domingo (dia 19/8), último dia do evento, no estande da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, SME, (estande J30 – rua J, nº 30).

O primeiro trabalho (das 12h às 13h) será a Roda de Conversa sobre o Fazer Literário Afro, com autores e autoras que publicam na série Cadernos Negros, nos livros infanto-juvenis “Erês e Heranças – Contos” e “Contos Afros”, dentre outros. Será um bate-papo com o público sobre a produção desses escritores. Neste ano a série Cadernos Negros completa 35 anos de existência com uma vasta produção em contos e poemas.
Na roda de conversa participarão um mediador e 04 autores. A plateia terá a oportunidade de fazer suas perguntas.

Na parte da tarde (das 16h às 17h), o Quilombhoje promove a Roda de Poemas. É uma forma de integração entre os escritores e o público presente. O objetivo não é apresentar um espetáculo, mas sim possibilitar que a palavra declamada ou lida seja franqueada a todos aqueles poetas/escritores/leitores que quiserem fazer uso dela. Haverá também a participação de uma cantora e percussão para fazer um link entre as declamações e/ou leituras.

Serviço
22ª. Bienal Internacional do Livro de São Paulo de 2012, no estande da Secretaria Municipal da Educação do Município de São Paulo, estande J30 (rua J, nº 30).
Dia 19/8, das 12h às 13h – Roda de Conversa sobre o Fazer Literário Afro.

Dia 19/8, das 16h às 17h – Roda de Poemas.

Horário de Visitação: no dia 19 de agosto será das 10h às 20h, com entrada até às 18h.
Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi – Av. Olavo Fontoura, 1.209 – Santana.
Transporte Gratuito: das 9h às 23h. (Estações de Metrô Tietê e Barra Funda). Atendimento especial para Deficientes.

Para o público geral a entrada custa R$ 12 e a meia-entrada, R$ 6. Professores não pagam para entrar (precisa se cadastrar no site da Bienal). Autores que tenham livro publicado (pode ser antologia) também não pagam (é preciso comprovar). O acesso também é gratuito para menores de 12 anos e pessoas acima de 60.

Mapa da Bienal: http://www.mapyourshow.com/shows/index.cfm?Show_ID=BIENAL12&lang=pt&locale=pt

(clique em “Visão Geral do Evento” e depois no mapinha vermelho)

No Comments yet »
Tagged as: anhembi, bate-papo, bienal do livro, roda de poemas

130 ANOS DO DESAPARECIMENTO DE LUÍS GAMA

Posted in Comentários, Informes by admin
ago 06 2012
TrackBack Address.
Tweet
Fb-Button

Luís Gonzaga Pinto da Gama nasceu no dia 21 de junho de 1830, em Salvador, filho de Luiza Mahin e de um pai cujo nome jamais se soube.

luisgama

A mãe, negra altiva, insofrida, tem uma história riquíssima. Foi uma das principais figuras da Revolta dos Malês e participou da Sabinada, em 1837, quando então foi para o Rio de Janeiro, onde desapareceu.

O pai, de origem portuguesa, herdara uma grande fortuna. Mas, amante da caça, da boa vida e dos jogos de azar, acabou reduzido à pobreza. Nesse momento, vendeu o próprio filho. Tinha então Luís Gama dez anos de idade. Tendo nascido livre, tornara-se escravo e foi embarcado num navio com diversos escravos contrabandeados para o Rio de Janeiro e São Paulo.

Foi comprado pelo alferes Antonio Pereira Cardoso, proprietário de uma fazenda no município paulista de Lorena. Em 1847, o alferes recebeu a visita de um jovem estudante chamado Antonio Rodrigues do Prado Júnior, que, afeiçoando-se a Luís Gama, ensinou-o a ler e a escrever. Em 1848, Luís Gama fugiu do cativeiro. Serviu como soldado durante seis anos. Deu baixa em 1854, após ser preso por causa de um ato que o próprio Gama chama de “suposta insubordinação” já que, ele mesmo diz, apenas se limitara a responder a um oficial que o insultara.

Em 1856, volta à Força Pública, como funcionário da Secretaria da Repartição. Em 1859 surge o livro Primeiras Trovas Burlescas do Getulino. Eram poesias satíricas que ricularizavam a aristocracia e os homens de poder da época. A primeira edição acabou em três anos. Em seus poemas, Gama também inovou ao evocar a “musa da Guiné”, colocando a mulher negra como fonte de inspiração.

Luís Gama inaugurou a imprensa humorística paulistana ao fundar, em 1864, o jornal Diabo Coxo. Luís não se acomodava. Através da imprensa iniciou sua cruzada contra o escravismo. Mais tarde, como advogado libertou uma imensidão de escravos. Sud Mennucci o considera o precursor do abolicionismo no Brasil.

É de Luís Gama a seguinte frase: “Perante o Direito, é justificável o crime do escravo perpetrado na pessoa do Senhor”. Lembra Malcolm X, só que Malcolm nasceria muito tempo depois. Autodidata, Luís Gama tornou-se advogado respeitado graças à eloquência sem par e ao raciocínio arguto. Rui Barbosa disse dele o seguinte:”Um coração de anjo, um espírito genial, uma torrente de eloquência, de dialética e de graça”.

Em sua casa dispunha sempre de uma caixa com moedas que dava aos negros em dificuldades que vinham procurá-lo. Era conhecido como o “amigo de todos”. Esse seu lado caridoso, no entanto, fazia par com o ódio que nutria contra qualquer forma de opressão.

Influenciador de Raul Pompéia, Alberto Torres e Américo de Campos, venerável de loja maçônica, Luís Gama morreu sem ver concretizado seu sonho de Abolição. Acometido de diabete, decaiu fisicamente com extrema velocidade. Faleceu em 24 de agosto de 1882 e foi enterrado no dia 25.

O seu enterro foi um fato memorável. O cortejo saiu do Brás às 15h do dia 25 e fez, a pé, o percurso até o Cemitério da Consolação, seguido por uma multidão. Parava-se de vez em quando para que os oradores fizessem discursos. Os aristocratas e burgueses tiravam o chapéu à passagem do cortejo. No fim da tarde, chegaram ao destino. Na hora de baixar o caixão à cova, ocorreu uma cena emocionante. Um homem (talvez Antonio Bento) ergueu a voz. Quem relata é Raul Pompéia: “a voz soluçava-lhe na garganta. Disse duas palavras, sem retórica, a respeito do homem que ali jazia caído… Lembrou aos presentes que aquele fora Luís Gama… A multidão chorou. Então, o orador reforçou a voz, reforçou o gesto, e intimou a multidão a jurar sobre o cadáver, que não deixaria morrer a ideia pela qual combatera aquele gigante. Um brado surdo, imponente, vasto, levantou-se no cemitério. As mãos estenderam-se abertas para o cadáver… A multidão jurou”. Então, os coveiros desceram o esquife para a sepultura.

Ref.: Silva, J Romão. Luiz Gama e saus Poesias Satíricas. Rio de Janeiro: Ed. Casa do Estudante do Brasil.

Consulte também a reedição de Primeiras Trovas Burlescas e Outros Poemas, livro organizado por Lígia Ferreira e editado pela Martins Fontes em 2000; e o livro de Júlio Emílio Braz: Luis Gama, de Escravo a Libertador, da FTD.

Download do livro Trovas Burlescas do Getulino:

www.quilombhoje.com.br/LuisGamaTrovasBurlescas.pdf

No Comments yet »
Tagged as: advogado, jornalista, Luís Gama, poeta, trovas burlescas

DIA DA MULHER AFRO-LATINO-AMERICANA E CARIBENHA

Posted in Comentários, Informes by admin
jul 26 2012
TrackBack Address.
Tweet
Fb-Button

No dia 25 de julho comemora-se o Dia Internacional da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha. A data foi instituída em 1992, na República Dominicana, depois do primeiro encontro de mulheres negras da América Latina a fim de discutir políticas de inclusão e questões sobre discriminação racial e de gênero.

As mulheres negras prosseguem em sua luta para ocupar, de forma justa e digna, seu merecido espaço nesta sociedade. No pós-abolição foram o alicerce financeiro da família, pois os homens eram rejeitados nos empregos, e tal situação ainda prossegue em muitos lares e lugares. Guardiãs atentas de vínculos afetivos, muitas vezes são o elo que permitem a coesão e a unidade. Há muito o que conquistar, mas a certeza é de que o caminho é feito passo a passo, é feito de cada pequena meta atingida no dia-a-dia e, especialmente, é feito com perseverança e determinação.

 

SAUDADE
Ai, quanta saudade da mãe África.
Da mãe de fartura e do seu colo enorme,
quente e agradável.
Da mãe cheia de doçura.
Ai, que saudades da mãe África.
Da rainha mãe corajosa, guerreira e onipotente.
Estou com a saudade ardendo no meu umbigo.
Silêncio dolorido. Choro. Banzo d’além-mar.
Tudo em mim é África, verdadeira força
para enfrentar tempestades.
Tudo em mim é lembrança da liberdade vivida
em mares antes navegados.
Com a minha mãe aprendi a andar
sobre as águas profundas…
Ai, quanta melancolia nesta saudade pálida!
Escuta a minha tristeza por tantos filhos bastardos
que ainda não reconhecem a tua grandeza, mãe!
Oh, Mãe da divina providência.
Escuta a minha voz africana em terras distantes.
Traduz o meu grito incompreendido
desta diáspora em terras colonizadas.
Grito kimbundu, kikongo e ioruba.
Oh, Mãe poliglota do universo negro.
Tu, que alimenta o meu sangue e guia o meu espírito.
Vai sempre à frente, cuida do meu coração.

(poema de Cristiane Sobral publicado no CN29)

No Comments yet »
Tagged as: AFRO, CARIBENHA, LATINO, MULHER, NEGRA

PROFESSOR EDUARDO, UM GUERREIRO

Posted in Comentários, Informes by admin
jul 15 2012
TrackBack Address.
Tweet
Fb-Button

Na última quinta-feira, dia 12/7/12, faleceu mais um guerreiro, um poeta, um batalhador cuja biografia não sairá nos grandes jornais, mas que têm muita importância para este país.

EDUARDO DE OLIVEIRA, poeta e jornalista, defensor dos direitos humanos e observador das relações raciais no Brasil, foi Vereador em São Paulo. Autor de nove livros publicados, deixou em seus primeiros poemas o sabor amargo de não ter conhecido o senhor Sebastião Ferreira e dona Henriqueta de Oliveira, seus queridos pais, mas também deixou nesses poemas uma mensagem de profunda ternura, ao reconhecer a acolhida fraterna que seu pai adotivo, senhor Francisco Salles Prudente Corrêa, sobrinho-neto do Primeiro Presidente Civil do Brasil, Prudente de Moraes, sempre lhe dispensou. A generosidade de Eduardo de Oliveira e sua ação política foram carinhosamente estimuladas pelo grande líder norte-americano Martin Luther King, em carta ao poeta paulista. Eduardo é autor do Hino à Negritude.

Eduardo aderiu ao projeto dos Cadernos Negros participando dos números iniciais e depois também de outros. Que possamos guardá-lo sempre em nossa memória.

[Show as slideshow]
Eduardo de Oliveira

No Comments yet »
Tagged as: ex-vereador, guerreiro, Professor Eduardo de Oliveira

LIVROS QUE ENCANTAM

Posted in Comentários, Informes by admin
jun 22 2012
TrackBack Address.
Tweet
Fb-Button

“Contradição é um outro nome que o amor tem”
(do conto “Veridiana”)

landecapas1
Os livros de Lande Onawale recentemente lançados são obras que nos mostram como a leitura pode ser prazerosa.

Também nos levam a pensar que a literatura afro produzida na Bahia tem tido a capacidade de emocionar especialmente quando fala das relações familiares (um outro bom exemplo disso é o conto de Fátima Trinchão publicado no CN34), sem medo de ser melodramática, de fazer os leitores se darem conta de seus sentimentos e de fazer surgirem também algumas lágrimas, e isso sem perder a capacidade de levar à reflexão.

São dois os livros de Lande: um de poemas, “Kalunga”, que traz o lirismo já conhecido por meio de Cadernos Negros, e outro de contos.

No de contos, chamado “Sete”, o autor nos leva com leveza e habilidade por situações de conflito e revelação entre casais, mães e filhos, jovens amigos, enveredando por alegrias, sonhos, dores…

No conto “Veridiana”, por exemplo, um homem e uma mulher se amam. Eles vivem numa comunidade remanescente de quilombos e moram juntos, mas não conseguem verbalizar seu amor e, por isso, estão à beira de se separar, o que nos leva a imaginar todas as limitações que, desde fora, nos impedem de expressar o amor.

Pode-se pensar também em até que ponto a sociedade limita nos afro-brasileiros essa possibilidade de se amarem, à medida que projeta uma imagem negativa do corpo e da estética negra, da capacidade e do caráter dos afrodescendentes, de sua humanidade, enfim. Há não muito tempo, um verso agitou a mente daqueles que queriam dar forma a certos sentimentos:

“reaja à violência racial / beije sua preta em praça pública”

Não por coincidência, o verso é do próprio Lande, que indica que toda transformação se inicia no reforço de nossos laços afetivos, na expressão dessa afetividade em atos, o que pode exigir coragem.

Um filho, por exemplo, que tipo de relação pode construir com seus pais negros, que tipo de imagem terá deles numa sociedade que estabelece como parâmetro de julgamento o sucesso financeiro, o consumo de bens, e que, ao mesmo tempo, exclui dessas imagens de sucesso e dinheiro aqueles semelhantes a seus pais? No conto “A partida” Lande mostra justamente esse amor que aflora no momento da separação entre uma mãe e seu filho, algo que vem do lugar mais íntimo.

Respeito mútuo e amor pelo semelhante são caminhos importantes apontados pelos contos de Lande e seguem lado a lado, e a família emerge como o território essencial para isso dar certo.

O subtítulo do livro, “diásporas íntimas” não fala não só dessas diásporas do autor, mas do íntimo de todos aqueles que já viveram ou vivem situações semelhantes. É preciso ler para sentir, afinal a literatura tem que comover.

Maiores informações: http://landeonawale.blogspot.com.br

No Comments yet »

E-BOOKS

Posted in Comentários, Informes by admin
jun 16 2012
TrackBack Address.
Tweet
Fb-Button

A fim de tornar acessível a literatura e outras informações para aqueles que transitam no mundo tecnológico, colocamos à disposição dois títulos em formato de e-book: CADERNOS NEGROS MELHORES POEMAS, indicado para o vestibular da UFBA, em Salvador, e NOMES AFROS. Os e-books ganham cada vez mais espaço, embora o livro em papel continue fascinando e ainda tenha um longo caminho a percorrer. O Nomes Afros estava esgotado e essa foi uma maneira encontrada para disponibilizá-lo.

Os arquivos estão em formato pdf.

O Melhores Poemas você encontra neste endereço: http://hotmart.net.br/show.html?a=M64859M

Já o Nomes Afros você pode encontrar aqui: http://hotmart.net.br/show.html?a=M66186M

No Comments yet »
Tagged as: Cadernos negros, literatura afro, literatura negra, nome africano, Poesia, Quilombhoje, Salvador, UFBA, vestibular

SOBRE NOSSOS GANHOS E PERDAS

Posted in Comentários, Informes by admin
jun 16 2012
TrackBack Address.
Tweet
Fb-Button

No dia dia 22/5, a Assembleia Legislativa de São Paulo realizou uma audiência pública sobre as cotas e o foco foram as universidades paulistas. O que se viu de um lado foi uma juventude organizada que lotou o auditório e que quer cobrar do Estado de São Paulo políticas de ação afirmativa as quais, aliás, já se espalham por vários Estados do país. Do outro lado, Unesp, Usp e Unicamp, instituições em que os filhos das elites já têm suas cotas garantidas, não esconderam sua vocação conservadora, segundo a qual as cotas para afrodescendentes não terão vez no curto prazo. Mas propostas e projetos apresentados por deputados com uma visão mais progressista prometem tirar essas instituições de sua zona de conforto, mostrando que a vocação atual do país é no sentido de caminhar para soluções que beneficiem todo o povo. O bonito foi ver a demonstração de energia e consciência de uma juventude disposta a lutar por seu espaço, disposta a cobrar dos poderes Executivo e Legislativo políticas de ação afirmativa.

Entretanto, no dia seguinte foi chocante a notícia que saiu na internet: o assassinato de uma estudante angolana num bar em SP, depois de ter sido ofendida com frases de cunho racista.
Triste! Lamentável! Inaceitável!
E o que continua causando indignação é o fato de até o momento os culpados não terem sido presos. Quem são eles? E por que a grande mídia não repercutiu este caso?
A jovem angolana Zulmira Cardoso, 26 anos, foi morta e outros quatro jovens angolanos foram gravemente feridos. Zulmira morreu e os sonhos de todos nós, que queremos um mundo melhor, foram também atingidos pelas balas.
É preciso clamar por justiça! É preciso não aceitar! É preciso cobrar das autoridades competentes a solução deste caso e de todos os outros em que jovens negros são assassinados, independentemente de serem angolanos, brasileiros, nigerianos etc.

Que Zulmira descanse em paz! E que possamos ver a JUSTIÇA acontecer!

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

MAS CELEBREMOS TAMBÉM AS CONQUISTAS:

um programa de intercâmbio com universidades norte-americanas, que beneficiará estudantes afro-brasileros, está surgindo. Vc pode ter maiores informações increvendo-se no site do Educafro: www.educafro.org.br

No Comments yet »

ENQUANTO O TAMBOR NÃO CHAMA

Posted in Comentários, Informes by admin
jun 16 2012
TrackBack Address.
Tweet
Fb-Button

ENQUANTO O TAMBOR NÃO CHAMA

Este livro de poemas lançado no ano passado remete a uma frase atribuída ao escritor Tolstói: “Se queres ser universal, canta a tua aldeia”.

Sempre presente quando se fala de literatura afro-brasileira, a questão da universalidade não reside somente na esfera literária: quantos negros não se sentem solitários, isolados, quando estão num ambiente em que são minoria e não encontram espaço para vivenciar sua individualidade? Quantos não anseiam uma universalidade que significa perder a própria identidade em função dos padrões de identidade veiculados pelos livros consagrados e pelos veículos de grande mídia?

A metáfora do tambor já nos dá pistas: o tambor pode “chamar”, pode convocar para uma visita à ancestralidade, mas “bater o tambor” para muitos significa um distanciamento. Esses que se distanciam falam de “bater o tambor” como se falassem de algo já antigo, fora de moda, “primitivo”, quando na verdade o que vemos todo dia é uma reafirmação da ancestralidade africana. “Bater o tambor” para alguns já remete a uma oposição cultural: antigo X moderno (África X Ocidente). Uma falsa oposição, já que o tambor convive cada vez mais com a tecnologia. A ancestralidade não exclui a modernidade, assim como a emoção não exclui a reflexão.

Ao cantar a família, o bairro, a cidade, as emoções que afloram no dia a dia, em belos poemas  construídos com um lirismo rítmico, Sergio Ballouk nos leva por ruas, avenidas, situações em que qualquer um pode se ver.  A ironia e a provocação também fazem parte desse cardápio no qual os poemas residem para despertar o leitor.

Sergio tem o mérito de buscar o que é universal na vivência afro e trazer isso em textos (com conotação biográfica ou não) em que a forma remete ao som dos atabaques:

DO ADJÁ CONTRA O AR

a poesia vem da oferta do fim de feira
do nervosismo do choro contido
da panela vazia que cai no chão

a poesia vem da arrebentação das rochas
do coice da mula
do adjá contra o ar

a poesia vem do dedinho torcido
das dores do parto
da marca no couro

a poesia vem do sobrenome do dono
do nascido de nome gritado
do bom filho criado
para o mundo

Livro: Enquanto o Tambor não Chama – Poemas
Autor: Sergio Ballouk
Quilombhoje Literatura
Contato: sergioslv@ig.com.br
www.sergioballouk.blogspot.com

No Comments yet »

UMA INTERESSANTE REFLEXÃO DA ESCRITORA MOÇAMBICANA PAULINA CHIZIANE

Posted in Comentários, Informes by admin
abr 18 2012
TrackBack Address.
Tweet
Fb-Button

Segue um artigo interessante, tirado do Correio Nagô (http://correionago.ning.com), que mostra como a imagem do Brasil é veiculada pela grande mídia na África

Novelas brasileiras passam imagem de país branco, critica escritora moçambicana

Brasília – “Temos medo do Brasil.” Foi com um desabafo inesperado que a romancista moçambicana Paulina Chiziane chamou a atenção do público do seminário A Literatura Africana Contemporânea, que integra a programação da 1ª Bienal do Livro e da Leitura, em Brasília (DF). Ela se referia aos efeitos da presença, em Moçambique, de igrejas e templos brasileiros e de produtos culturais como as telenovelas que transmitem, na opinião dela, uma falsa imagem do país.

“Para nós, moçambicanos, a imagem do Brasil é a de um país branco ou, no máximo, mestiço. O único negro brasileiro bem-sucedido que reconhecemos como tal é o Pelé. Nas telenovelas, que são as responsáveis por definir a imagem que temos do Brasil, só vemos negros como carregadores ou como empregados domésticos. No topo [da representação social] estão os brancos. Esta é a imagem que o Brasil está vendendo ao mundo”, criticou a autora, destacando que essas representações contribuem para perpetuar as desigualdades raciais e sociais existentes em seu país.

“De tanto ver nas novelas o branco mandando e o negro varrendo e carregando, o moçambicano passa a ver tal situação como aparentemente normal”, sustenta Paulina, apontando para a mesma organização social em seu país.

A presença de igrejas brasileiras em território moçambicano também tem impactos negativos na cultura do país, na avaliação da escritora. “Quando uma ou várias igrejas chegam e nos dizem que nossa maneira de crer não é correta, que a melhor crença é a que elas trazem, isso significa destruir uma identidade cultural. Não há o respeito às crenças locais. Na cultura africana, um curandeiro é não apenas o médico tradicional, mas também o detentor de parte da história e da cultura popular”, detacou Paulina, criticando os governos dos dois países que permitem a intervenção dessas instituições.

Primeira mulher a publicar um livro em Moçambique, Paulina procura fugir de estereótipos em sua obra, principalmente, os que limitam a mulher ao papel de dependente, incapaz de pensar por si só, condicionada a apenas servir.

“Gosto muito dos poetas de meu país, mas nunca encontrei na literatura que os homens escrevem o perfil de uma mulher inteira. É sempre a boca, as pernas, um único aspecto. Nunca a sabedoria infinita que provém das mulheres”, disse Paulina, lembrando que, até a colonização europeia, cabia às mulheres desempenhar a função narrativa e de transmitir o conhecimento.

“Antes do colonialismo, a arte e a literatura eram femininas. Cabia às mulheres contar as histórias e, assim, socializar as crianças. Com o sistema colonial e o emprego do sistema de educação imperial, os homens passam a aprender a escrever e a contar as histórias. Por isso mesmo, ainda hoje, em Moçambique, há poucas mulheres escritoras”, disse Paulina.

“Mesmo independentes [a partir de 1975], passamos a escrever a partir da educação europeia que havíamos recebido, levando os estereótipos e preconceitos que nos foram transmitidos. A sabedoria africana propriamente dita, a que é conhecida pelas mulheres, continua excluída. Isso para não dizer que mais da metade da população moçambicana não fala português e poucos são os autores que escrevem em outras línguas moçambicanas”, disse Paulina.

Durante a bienal, foi relançado o livro Niketche, uma história de poligamia, de autoria da escritora moçambicana.

 

Aproveitando, dá um confere nestes trabalhos:

http://playnapoesia.com.br/multimidia

http://akinskinte.blogspot.com/

No Comments yet »
Tagged as: bienal de Brasília, literatura afro, literatura negra, Paulina Chiziane
« Previous page
Next page »

Pesquisar no blog

Se pá, segue a gente

Mais recentes

  • 2022: hora de eleger candidatos negros
  • O QUE É CONTO?
  • CADERNOS NEGROS 43 – UM LIVRO DE RECORDES
  • CADERNOS NEGROS 42 E O JABUTI
  • SAMBA-ROCK É COISA NOSSA

Arquivos

  • setembro 2022
  • junho 2021
  • outubro 2020
  • julho 2020
  • outubro 2016
  • março 2016
  • novembro 2015
  • março 2015
  • fevereiro 2015
  • novembro 2014
  • agosto 2014
  • julho 2014
  • junho 2014
  • maio 2014
  • abril 2014
  • março 2014
  • fevereiro 2014
  • dezembro 2013
  • outubro 2013
  • setembro 2013
  • julho 2013
  • janeiro 2013
  • dezembro 2012
  • novembro 2012
  • outubro 2012
  • setembro 2012
  • agosto 2012
  • julho 2012
  • junho 2012
  • maio 2012
  • abril 2012
  • março 2012
  • fevereiro 2012
  • dezembro 2011
  • outubro 2011
  • junho 2011
  • dezembro 2010
  • novembro 2010
  • setembro 2010
  • agosto 2010
  • maio 2010
  • abril 2010
  • março 2010
  • fevereiro 2010

Lista de Links

  • Akins
  • Blog da Aldeia Griot
  • Brsoulsista
  • Casa da Negrita
  • Cidinha da Silva
  • Cojira – jornalistas
  • Cristiane Sobral – blog de uma das autoras de CN
  • Cuti – site de um dos escritores do CN
  • Débora – uma das escritoras de CN
  • Débora Garcia – autora de CN
  • Elo da Corrente
  • Fátima – uma das escritoras de CN
  • Feira Preta
  • Geledes
  • Gramática da Ira
  • Helton Fesan – blog de um dos escritores do CN
  • Ilê Aiyê
  • Jaqueline
  • Literafro
  • Literatura Subversiva
  • Márcio Macedo – Kibe
  • Mídia étnica
  • Mundo Afro
  • Mundo Negro
  • Oubi – blog de um dos escritores de CN
  • Portal Capoeira
  • Pretosoulsim
  • Quilombhoje Literatura
  • Revista Raça
  • Sacolinha – um dos escritores do CN
  • Sergio Ballouk – blog de um dos escritores do CN
  • Site da Africa World Press
  • Site da Afrobras
  • Site da Revista dos Orixás
  • Site da UEA
  • Site do Afroreggae
  • Site do CEAO
  • Site do Irohin
  • Site do Mauricio Pestana
  • Site do Museu Afro
  • Site do NEN
  • Site do Portal Afro
  • Site dos amigos do livro
  • Site Kedere
  • Thyko – um dos escritores de CN
  • Webneguinha

Gallery

Fabiann canta screenshotcalendario2 300903_408590225860897_1685349151_n capa_cadernosnegros43_final.indd

Calendário

maio 2025
S T Q Q S S D
 1234
567891011
12131415161718
19202122232425
262728293031  
« set    
Powered by WordPress | “Blend” from Spectacu.la WP Themes Club