No dia 25 de julho comemora-se o Dia Internacional da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha. A data foi instituída em 1992, na República Dominicana, depois do primeiro encontro de mulheres negras da América Latina a fim de discutir políticas de inclusão e questões sobre discriminação racial e de gênero.
As mulheres negras prosseguem em sua luta para ocupar, de forma justa e digna, seu merecido espaço nesta sociedade. No pós-abolição foram o alicerce financeiro da família, pois os homens eram rejeitados nos empregos, e tal situação ainda prossegue em muitos lares e lugares. Guardiãs atentas de vínculos afetivos, muitas vezes são o elo que permitem a coesão e a unidade. Há muito o que conquistar, mas a certeza é de que o caminho é feito passo a passo, é feito de cada pequena meta atingida no dia-a-dia e, especialmente, é feito com perseverança e determinação.
SAUDADE
 Ai, quanta saudade da mãe África.
 Da mãe de fartura e do seu colo enorme,
 quente e agradável.
 Da mãe cheia de doçura.
 Ai, que saudades da mãe África.
 Da rainha mãe corajosa, guerreira e onipotente.
 Estou com a saudade ardendo no meu umbigo.
 Silêncio dolorido. Choro. Banzo d’além-mar.
 Tudo em mim é África, verdadeira força
 para enfrentar tempestades.
 Tudo em mim é lembrança da liberdade vivida
 em mares antes navegados.
 Com a minha mãe aprendi a andar
 sobre as águas profundas…
 Ai, quanta melancolia nesta saudade pálida!
 Escuta a minha tristeza por tantos filhos bastardos
 que ainda não reconhecem a tua grandeza, mãe!
 Oh, Mãe da divina providência.
 Escuta a minha voz africana em terras distantes.
 Traduz o meu grito incompreendido
 desta diáspora em terras colonizadas.
 Grito kimbundu, kikongo e ioruba.
 Oh, Mãe poliglota do universo negro.
 Tu, que alimenta o meu sangue e guia o meu espírito.
 Vai sempre à frente, cuida do meu coração.
(poema de Cristiane Sobral publicado no CN29)
	
							