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ENTREVISTA COM ÉLE SEMOG E FERNANDA FELISBERTO

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mar 07 2012
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Abaixo um programa interessante do canal Fiocruz sobre literatura afro-brasileira. Os entrevistados são o poeta Éle Semog e Fernanda Felisberto, da livraria Kitabu, do Rio de Janeiro.

Programa Ciência e Letras do canal Fiocruz

Caso queira assistir no site original:

http://www.canal.fiocruz.br/video/index.php?v=livraria-negra—kitabu#

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VÍDEO DO LANÇAMENTO DO CN 34

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fev 29 2012
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O lançamento do livro Cadernos Negros volume 34 ocorreu dentro da Feira Preta em dezembro de 2011, Feira que completou dez anos de existência, o que deu ensejo à ideia do Quilombhoje de somar com essa atividade, pois consideramos que a literatura afro tem tudo a ver com o nosso povo e precisa estar onde ele está, mesmo que o interesse pela leitura ainda seja pequeno não só entre nossa gente, mas no Brasil em geral.

O CN34 é o mais recente volume da série que começou em 1978 e continua até hoje, com o lançamento de um volume por ano, ininterruptamente, tendo sido trazidos à luz textos de autores afrodescendentes de várias parte do Brasil. Abaixo segue um vídeo feito pelo Cultne na ocasião do lançamento. O livro pode ser solicitado pelo correio ou encontrado na Casa da Preta, em SP, Rua Inácio Pereira da Rocha, 293. Tel.: (11) 3031-2374.

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CONVITE MUITO ESPECIAL PARA O CN34

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dez 13 2011
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Queremos fazer um convite especial para você prestigiar o  lançamento do “Cadernos Negros 34 – Contos Afro-Brasileiros”.

Desta vez, o evento acontecerá dentro da Sala de Literatura da Feira Preta. O lançamento será no dia 17 de dezembro de 2011, das 17h às 19h.

Este ano o convite do nosso evento é diferente, já que estaremos dentro de outro acontecimento. Mas queremos presentear você, porque sabemos que você acompanha e prestigia a série Cadernos Negros, que dura há trinta e quatro anos e tem divulgado autoras e autores de toda parte do Brasil, inclusive com ótima repercussão nos EUA, Angola, Equador, Alemanha, entre outros países.

Nosso objetivo principal é que ao ler os contos desta edição você se deixe envolver pela ironia, reflexão, religiosidade e informação contidas dos contos; este livro vai informar, entreter e divertir.

*Nós do Quilombhoje faremos uma promoção:
Ao garantir a aquisição do livro Cadernos Negros 34 – Contos Afro-Brasileiros (R$ 20,00) você entrará em nossa lista e não pagará a sua entrada na Feira Preta (no dia 17/dez/11). Ao prestigiar o lançamento, você receberá esse brinde.

Para adquirir o livro basta efetuar um depósito identificado ou transferência bancária, até o dia 15/dez/11, às 12h, em nome do Quilombhoje Literatura. Banco do Brasil – Agência: 2947-5, Conta Corrente: 3921-7. Nos avise por email a forma de pagamento, juntamente com seu nome completo e número de RG e a data de depósito e o valor. Nosso email: cn34@quilombhoje.com.br

Atenção: *O livro deverá ser retirado no sábado, no lançamento. Esta promoção está sujeita à quantidade limitada de convidados. Lembramos aos nossos leitores que a reserva é pessoal e intransferível, portanto, não haverá a substituição do nome do convidado. Maiores informações: (11) 7196-1500.

Agradecemos sua atenção e participação, você que é o motivo maior de nosso trabalho.

Axé!

Quilombhoje

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Livro: Cadernos Negros volume 34 – contos afro-brasileiros; Preço: R$ 20,00. 21 autores.

Autores e textos:

Ademiro Alves (Sacolinha) / Adversário Íntimo

Adilson Augusto / Na Ponta da Língua

Claudia Walleska / África-Brasil

Conceição Evaristo /Lumbiá / Ei, Ardoca

Cristiane Sobral / O Tapete Voador

Cuti / Que Horas São?

Débora Garcia / O Anjo

Denise Lima / Baobás

Elizandra Souza / Antes que as Águas da Cabaça Sequem

Esmeralda Ribeiro / A Moça

Fátima Trinchão / A Bênção, meu Pai

Fausto Antônio / O Escuro das Palavras

Guellwaar Adún / A Solidão de Soledade

Henrique Cunha Jr. / Operação Limpa

Jairo Pinto / Armandinho, RG Desconhecido

Luís Carlos ‘Aseokaýnha’ / A Grama

Mel Adún / Menininha

Míghian Danae / Família

Miriam Alves / O Velório

Onildo Aguiar / Tambores do Filho do Homem

Thyko de Souza / Nasce uma Lenda

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LANÇAMENTO DO CN 34 – DIA 17/12

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dez 10 2011
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LANÇAMENTO DO CADERNOS NEGROS VOLUME 34 –
CONTOS AFRO-BRASILEIROS

NA FEIRA PRETA

capacn34perspectiva

Em primeiro lugar, mojubá pra você que acompanha, valoriza e apoia o trabalho do Quilombhoje, você que acha importante a literatura afro e mostra isso não só por palavras, mas também em suas ações. Seu axé faz com que sigamos adiante.

 

Mojubá também para aqueles que não acompanham, não acham importante, acham que essa coisa de literatura negra é bobagem, que o caminho não é por aí.

 

Respeitamos todas as opiniões, mas é lógico que não compactuamos com algumas e sabemos que em algum momento o texto seduzirá mesmo aqueles mais resistentes.

 

Afinal, nossa literatura fala de coisas que estão caladas no dia a dia, mas que todos sentem.

 

E como todo ano acontece, neste ano também lançaremos um volume de Cadernos Negros.

 

Este é de contos e tem 21 autores. É o volume 34.

 

A vida é mudança e neste ano o lançamento será um pouco diferente. Será dentro da Feira Preta, ecento que também ocorre anualmente e que leva agrega pessoas interessadas na produção artesanal, cultural e artística da população afro, e que ocorre sábado e domingo.

 

O lançamento será no Centro de Exposições Imigrantes, dia 17 de dezembro, sábado, às 17h.

 

Logo mais daremos mais detalhes sobre esse evento.

 

CADERNOS NEGROS VOLUME 34 – CONTOS

Autores e textos:

 

Ademiro Alves (Sacolinha)

Adversário Íntimo


Adilson Augusto

Na Ponta da Língua

 

Claudia Walleska

África-Brasil

 

Conceição Evaristo

Lumbiá

Ei, Ardoca

 

Cristiane Sobral

O Tapete Voador

 

Cuti

Que Horas São?

 

Débora Garcia

O Anjo

 

Denise Lima

Baobás

 

Elizandra Souza

Antes que as Águas da Cabaça Sequem

 

Esmeralda Ribeiro

A Moça

 

Fátima Trinchão

A Bênção, meu Pai

 

Fausto Antônio

O Escuro das Palavras


Guellwaar Adún

A Solidão de Soledade

 

Henrique Cunha Jr.

Operação Limpa

 

Jairo Pinto

Armandinho, RG Desconhecido

 

Luís Carlos ‘Aseokaýnha’

A Grama


Mel Adún

Menininha


Míghian Danae

Família

 

Miriam Alves

O Velório

 

Onildo Aguiar

Tambores do Filho do Homem

 

Thyko de Souza

Nasce uma Lenda

 


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Livros contra o racismo

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dez 10 2011
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(PUBLICADO NA REVISTA DA FBN)

A edição de diversas obras de autores afrodescendentes, que fazem parte do acervo da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), é apenas uma de uma série de ações que serão implementadas a partir de um acordo firmado ontem entre a FBN e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do governo federal. O convênio foi assinado num momento marcante para o movimento negro brasileiro: o lançamento de uma antologia crítica que reúne autores afrodescendentes desde o século XVIII.

A proposta de cooperação entre a BN e a Seppir prevê ainda a implantação, em comunidades quilombolas, de cinco Pontos de Leitura chamados “Ancestralidade Africana no Brasil”. A ideia é que este seja o início de uma rede literária de valorização e resgate da memória dos moradores de comunidades tradicionais. A FBN vai doar cinco acervos temáticos aos pontos de leitura, compondo mais de 600 obras para cada povoado contemplado.

Os dois órgãos vão ainda lançar editais para estudos e pesquisas sobre homens e mulheres negros brasileiros. Dessa forma, as iniciativas pretendem – juntamente com a edição de obras de escritores negros – divulgar a longa produção de autores afrobrasileiros, que contarão ainda com mostras e envio de livros para bibliotecas e demais ações de incentivo à leitura. As iniciativas fazem parte da campanha “Igualdade racial é pra valer”, lançada pela Seppir para marcar o Ano Internacional dos Afrodescendentes, instituído pelas Nações Unidas.

 

Público lota o auditório da Biblioteca NacionalPúblico lota o auditório da Biblioteca Nacional 

Novas estratégias contra o racismo

“Há tempos trabalhamos para firmar esse acordo, e estamos ansiosos para pôr muitos planos em prática. Os pontos de leitura em comunidades quilombolas, por exemplo, é uma iniciativa inédita, que deve ser estendida e poderá propiciar a troca de informações entre os descendentes e a preservação da tradição desses brasileiros”, disse Elisa Machado, coordenadora geral do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas da Fundação Biblioteca Nacional.

Anhamona Brito, secretária de Políticas de Ações Afirmativas da Seppir, destacou que tais iniciativas fazem parte de novas estratégias para combater o preconceito.

“A atenção política da BN foi de primeira hora. Juntos, estamos pensando em novos caminhos de enfrentamento ao racismo. A produção intelectual de negros e negras precisa ter visibilidade, com o fortalecimento de nossa autoestima. Se, em 2012, conseguirmos que essa produção chegue aos mais variados espaços, teremos saído muito vitoriosos”, comentou Anhamona.

Já a secretária de Comunidades Tradicionais da Seppir, Ivonete Carvalho, ressaltou o “momento histórico do Rio”.

“A presença negra aqui hoje é de uma riqueza imensa, por reunir grandes lideranças que há décadas combatem junto ao movimento negro. Estamos aqui unidos para tirar da invisibilidade grande parcela da população negra que produz, e muito, neste país. Muitas vezes o sistema neoliberal nos impõe uma cultura e nossas raízes acabam se extinguindo, mas iniciativas como essas ajudam a preservar nossa matriz nos quilombos e terreiros do Brasil”

A solenidade ontem na Biblioteca Nacional contou com a presença de mais de 20 autores que participaram do livro. Houve ainda uma homenagem póstuma ao ativista, professor, escritor e poeta Abdias Nascimento, autor de um dos textos da antologia “Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica”, organizada por Eduardo de Assis Duarte e Maria Nazareth Soares Fonseca.

“Nos dedicamos a este projeto durante 10 anos, período de muita luta, reuniões, discussões, viagens e, sobretudo, muito garimpo de livros raros. Os jovens que, até então, não sabiam onde encontrar obras referência de autores negros, agora têm esta obra à disposição. Pretendemos não só resgatar autores negros esquecidos pelos manuais de história literária, mas também fazer uma releitura de escritores que, muitas vezes, foram interpretados de forma alheia às discussões étnicas”, exaltou Eduardo.

Com quatro volumes, a obra é composta por ensaios, referências biográficas e bibliográficas sobre 100 autores negros do Brasil Colônia até os dias atuais. Literatura e Afrodescendência, que foi desenvolvida com auxílio de 61 pesquisadores de 21 universidades brasileiras e seis estrangeiras, propõe uma reflexão acadêmica sobre o tema.

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Semana de Pedagogia da Unipalmares

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out 28 2011
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No dia 26 de outubro de 2011, alguns autores do Quilombhoje e de Cadernos Negros participaram de uma roda de conversa sobre o Cadernos Negros volume 32 em uma atividade realizada durante a semana de pedagogia da Faculdade Zumbi dos Palmares. Estavam presentes Claudia, Esmeralda, Sergio e Márcio. Muito legal a receptividade ao livro, mostrando que os textos encontram eco junto aos leitores. Memorável a leitura do texto feita pelo Sergio. Muito axé aos profs. Telma, Andreia, Fabio, e a todos os participantes que nos receberam com carinho.

 

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LITERATURA PARA NOSSAS CRIANÇAS

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out 03 2011
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Algumas coisas, de tão acostumados que estamos com elas, acabam parecendo ser “naturais”. A representação do negro nos livro infantis e infanto-juvenis, por exemplo, é uma delas. Na verdade, há uma ausência de representação positiva do negro. Incrível que na maioria dos livros paradidáticos adotados pelas escolas o afrodescendente, quando não está ausente, está geralmente sub-representado sob a forma de personagens com as quais as crianças não querem ou não conseguem se identificar.

Espantoso é que essa situação se perpetue ainda hoje, de forma “naturalizada”: é “natural” não vermos personagens afrodescendentes positivas nos livros infantis e infanto-juvenis. É tão “natural” que parece que a maioria das pessoas não está ligando muito para isso: as crianças têm pouco interesse pela leitura; para os professores, questões desse tipo passam a ser secundárias, diante de tantos problemas referentes ao sistema educacional; os pais optam por seguir a cartilha do que está “naturalmente” aí; assim as coisas acabam permanecendo como estão.

Quem quer estimular nas crianças o hábito da leitura sabe que por vezes esse caminho apresenta muitas dificuldades. Oferecer a elas livros não basta, é preciso que nos coloquemos como exemplo, lendo. No entanto, em relação às crianças negras, será que o fato de elas pouco se verem representadas de uma forma prazerosa nos livros infantis e infanto-juvenis não contribui para o seu afastamento da leitura?

Há algum tempo a média de livros lidos pelos brasileiros girava em torno de 1,8 livros por ano. Essa média passou para 4,7 livros/ano, contra, por exemplo, 10 livros/ano dos EUA. Mesmo nossos hermanos argentinos leem 5,8 livros/ano. Desses 4,7 livros lidos pelos brasileiros, 3,8 são didáticos. Certamente os programas de incentivo à leitura desenvolvidos pelo último governo têm contribuído para o crescimento do acesso aos livros.

Mas nesse universo de leitura, o mercado e os leitores ainda continuam em patamares bem antigos. Os livreiros e o sistema educacional ainda não foram suficientemente sensibilizados pela lei 10639 para ofertar em quantidade livros infantis e infanto-juvenis protagonizados por afrodescendentes.

Nossas crianças ainda não encontram, por exemplo, facilmente um herói negro, a despeito de termos na vida real a referência de Zumbi dos Palmares e outros.

Embora tenhamos o livro “Zumbi, o Pequeno Guerreiro”, o zumbi que a maioria das crianças conhece é o dos filmes norte-americanos − na verdade uma salada que mistura ghouls (demônios da mitologia árabe, habitantes dos cemitérios) com o haitiano zombi ou nzumbe, uma espécie de “deus”.

Tivemos revistas em quadrinhos com a personagem Luana, temos vários autores, como Kiusam de Oliveira, Cidinha da Silva, Edimilson Pereira, Esmeralda Ribeiro, Kayodê, Allan da Rosa, Sacolinha, Maria Rita, entre outros, que escreveram livros para crianças com uma visão “de dentro”, em que é difícil ocorrerem certos deslizes, como o recentemente acontecido na cidade de Londrina, na qual o Ministério Público mandou recolher livros didáticos que se propunham a “vivenciar” a cultura afro e indígena, mas cujo conteúdo era equivocado.

Sem dúvida é fundamental termos referências afrodescendentes positivas, talvez mesmo heróis, como abordado no conto “Identidade”, do CN32, para ofertarmos às nossas crianças de todas as cores e ajudá-las em sua formação e autoestima. A questão é se a maioria se dá conta disso e se as pessoas estão dispostas a exigir isso dos professores, do mercado e de si mesmas.

Podemos e devemos dar a devida atenção a uma literatura infantil e infanto-juvenil com personagens afrodescendentes positivas para que crianças e jovens de todas as cores se vejam e vivam com mais intensidade o prazer da leitura.

Axé!

Quilombhoje

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(Este texto é dedicado ao nosso companheiro e colaborador dos Cadernos Negros, professor José Luanga Barbosa, falecido no dia 04 de julho, autor do conto “Identidade”, publicado no Cadernos Negros 32)

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Sobre Lino Guedes e Machado na Caixa

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out 03 2011
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60 ANOS SEM LINO GUEDES


Olhar a estrada que ficou para trás é também descobrir marcas do protagonismo afro-brasileiro ao longo da história.

Ao invés do papel passivo de coadjuvantes a que nos relegam a historiografia e os relatos “oficiais”, em cada ponto dessa estrada redescobrimos uma associação, uma entidade, um militante que deixou marcas que resistiram às tentativas de invisibilização.
Este é o caso do poeta e jornalista Lino Guedes.

Há dúvidas sobre a data de nascimento de Lino Guedes, uns autores dizem que foi em 1897, outros afirmam que foi em 1906.

De todo modo, Lino Guedes faleceu em 1951. Portanto neste ano de 2011 completam-se sessenta anos de seu desaparecimento.

Poeta, romancista, ensaísta, Lino colaborou com vários jornais, dentre eles Diário do Povo, Correio Popular, Folha da Noite e Diário de São Paulo. Atuou na imprensa negra, entre 1923 e 1924 no semanário Getulino, sendo, posteriormente, editor do jornal Progresso. Publicou, dentre outros livros, “O Canto do Cisne Preto” (1926); “Ressurreição Negra (1928); “Urucungo” (1936); “Negro Preto Cor da Noite” (1936).

Dotado do mesmo objetivo de “elevação da raça” que norteia ações de entidades como a Frente Negra, por exemplo, Lino Guedes faz de seus escritos uma constatação lírica das desigualdades e da necessidade de ressurreição moral do povo afro.

Aliás, é interessante notar como num pós-abolição em que eram altos os índices de desemprego e analfabetismo entre a população negra, mostra-se forte a crença na atividade jornalística, literária e educacional como um meio de vencer as adversidades.

Escrevendo majoritariamente poesia, Lino faz do povo negro o personagem principal de seus versos, os quais não negam as atrocidades da escravidão e do racismo, mas transformam o que deve ter sido intensa dor numa experiência estética de superação. Também é recorrente a ideia de que um comportamento moral exemplar é necessário para que a aceitação do negro seja maior por parte da sociedade. Isso faz com que a poesia de Lino Guedes se mostre singela, formalmente distante dos anseios revolucionários de um Solano Trindade, por exemplo, mas a necessidade de expressão por vezes extrapola os limites corretos em que precisa se enquadrar.

Outra faceta interessante é o fato de Lino mostrar a mulher negra em sua poesia de uma forma muito lírica e próxima. É como se pudéssemos visualizar sua Ditinha, lembrando-nos de namoradas, esposas, irmãs, primas, vizinhas….

Lino tem o mérito de trazer o povo negro como protagonista de sua literatura e foi um dos autores que mais publicou.

Seguem abaixo dois poemas:

NOVO RUMO!

Negro preto cor da noite,
Nunca te esqueças do açoite
Que cruciou tua raça.
Em nome dela somente
Faz com que nossa gente
Um dia gente se faça!
Negro preto, negro preto,
Sê tu um homem direito
Como um cordel posto a prumo!
É só do teu proceder
Que, por certo, há de nascer
A estrela do novo rumo!
(Negro preto cor da noite, 1936)

DITINHA

Penso que talvez ignores,
Singela e meiga Ditinha,
Que desta localidade
És a mais bela pretinha:
Se não fosse profanar-te,
Chamar-te-ia… francesinha!

Então, quando vais à reza
Com teu vestido de cassa,
Não há mesmo quem não fale,
Orgulho da minha raça:
– Olha que preta bonita
E que andar cheio de graça!…

Se às vezes sorrio, a esmo,
Não me tomes por caduco.
Com teu vulto nos meus olhos,
Ando como aquele turco
Que, doloroso destino,
Ao te ver, ficou maluco…

Ah! Se souberas, Ditinha,
Que por sob essa aparente
Frieza, (quem tal diria!…)
Eu peço constantemente,
A Deus que um dia nos ponha
Numa casinha sem gente…
(Dictinha, 1938)

Fontes:
http://www.portalafro.com.br/linoguedes.htm
www.letras.ufmg.br/literafro
http://www.palmares.gov.br/?p=1892

 

SOBRE O BRANQUEAMENTO DE MACHADO DE ASSIS EM REDE NACIONAL

Pois é, valeu a grita dos intelectuais comprometidos com o Brasil de verdade, não com aquele Brasil idealizado pelos ideólogos do branqueamento e das desigualdades. Depois que foi veiculada uma propaganda com um Machado de Assis “limpo” de suas origens étnicas (grande bobagem), e depois que professores como Eduardo Duarte e Ana Maria Gonçalves publicaram textos denunciando isso (um deles aqui: http://revistaforum.com.br/idelberavelar/2011/09/18/a-caixa-economica-federal-a-politica-do-branqueamento-e-a-poupanca-dos-escravos-por-ana-maria-goncalves/), a Caixa Econômica resolveu retirar do ar a propaganda, e enviou uma carta à Seppir, veja a seguir um trecho:

“Carta à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República sobre campanha dos 150 anos da Caixa Econômica Federal

A Caixa Econômica Federal reafirma a esta secretaria e aos movimentos sociais por ela defendidos o seu compromisso com a responsabilidade social e o respeito à diversidade. Esta instituição sempre estará alinhada com política de igualdade do nosso Governo Federal, regida pela justiça social e oportunidade para todos.

Em suas peças publicitárias, a CAIXA sempre buscou retratar a diversidade que caracteriza o nosso país, como pode ser demonstrado nas campanhas elaboradas em parceria e com o apoio dos movimentos sociais e da própria Seppir.

No entanto, a CAIXA pede desculpas por sua última peça publicitária comemorativa aos 150 anos do banco, que teve como personagem o escritor Machado de Assis. A CAIXA lamenta que a peça não tenha caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com sua origem racial.

A CAIXA informa que suspendeu a veiculação e tomou providências para anulação do pagamento da campanha, elaborada por agência publicitária contratada pelo banco.”

Parabéns à Caixa Econômica pela rápida atitude e solução!
Parabéns aos que não ficaram calados diante do fato.

Agende-se: dia 09 de outubro tem a Pílula de Cultura das Crianças na Casa das Caldeiras em SP.

em novembro tem a Marcha de Zumbi, no dia 20

E AGUARDE: EM DEZEMBRO TEM O LANÇAMENTO DO LIVRO CADERNOS NEGROS 34, DE CONTOS

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QUILOMBHOJE NO CEU ÁGUA AZUL

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jun 24 2011
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Em maio de 2011 o Quilombhoje Literatura esteve no CEU Água Azul na Cidade Tiradentes, zona Leste de São Paulo, fazendo um bate-papo com o pessoal de EJA. Rolou muita poesia, muita energia e o trabalho foi bastante gratificante, com bastante participação de toda a galera.

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Marcio Barbosa
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Sorteio
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sergio

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Tagged as: Água Azul, CEU, Poesia, Quilombhoje

CN 33 – LANÇAMENTO

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dez 04 2010
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CADERNOS NEGROS 33 vai ser lançado dia 17/12, na sala Olido.

Para maior conforto de todos os que quiserem participar, solicitamos fazer o cadastramento no link abaixo:

http://www.quilombhoje.com.br/cadastrocn33.html


Autores do livro: Adilson Augusto, Akins Kinte, Ana Celia, Claudia Walleska, Cristiane Sobral, Cuti, Décio Vieira, Edson Robson, Elio Ferreira, Elizandra Souza, Esmeralda Ribeiro, Flávia Martins, Jairo Pinto,Jamu Minka, Lepê Correia, Luís Carlos de Oliveira ‘Aseokaýnha’, Márcio Barbosa, Mel Adún, Miriam Alves, Ruth Saleme, Serafina Machado, Sidney de Paula Oliveira, Thyko de Souza.


Haverá o seguinte bate-papo:

*Cadernos Negros e Literatura Periférica
ÉRICA PEÇANHA (Antropóloga e Pesquisadora – SP)

*Identidade Étnico-Racial na Poesia de Cadernos Negros
PROF. DR. CUTI (Luiz Silva) (Escritor – SP) 
 

E as intervenções poéticas e musicais

com o ator e atrizes:
ANDRÉ PERSAN – (Novela “Água na Boca” – TV Bandeirantes). 
LUCÉLIA SERGIO – (Os Crespos).
NARUNA COSTA – (Novela “Tempos Modernos” – TV Globo). 

e as cantoras e músicos: 
CAROL ANICETO – Cantora (A Quatro Vozes e Ilú Obá De Min). 
COSME ALVES (Djambé).
GIOVANNI DI GANZÁ (Instrumentista do Duo Abanã). 
LIAH JONNES (Cantora e Atriz). 

Direção: EDUARDO SILVA – Ator de teatro, novela e cinema (Novela “Uma Rosa com Amor” – SBT e ganhador de dois prêmios como melhor ator nos Festivais Nacional e Internacional de Belém e Salvador).
Assistente de direção: FERNANDO FAGERSTON.

Stand Up – HELTON FESAN (Escritor)
 

Música e Dança Afro: 
BLOCO AFRO ILU OBÁ DE MIN – Percussão Feminina

Apresentação: MC Levy e MC Mafalda Pequenino
Apoios:
Cone/Sala e Galeria Olido(PMSP)
Deputados Estaduais: José Cândido / Vicente Cândido
Vereadores: Juliana Cardoso / Netinho de Paula / Italo Cardoso / Jamil Murad Coletivo de Negros do Sindicato dos Bancários
Sindicato dos Quimícos
Secretaria da Diversidade do Sindicato dos Comércios
ANID – Ação Negra de Integração e Desenvolvimento – Barueri
Gold Feet Podologia.


Cadernos Negros é uma série que, criada em 1978, vem proporcionando a autores e leitores uma nova experiência em termos de literatura e informação. Este volume 33 denota um amadurecimento de ideias, ao mesmo tempo em que temas e estilos mantêm a vitalidade de sempre. Vários novos autores participam do livro, assim com há a volta de poetas que há algum tempo não publicavam. É de se notar que poemas românticos e sensuais (eróticos até) encontram espaço nesta edição, além dos textos que refletem sobre a existência afro-brasileira contemporânea.

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faculdade2520zumbi2520009 dsc_0631 1466114_751626114854238_1899691040_n Fausto Antônio, um dos autores do CN36

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