CARTAOUGRAFIA DE OXUM

 
Meu corpo
Território de linhas imaginárias
e quilombos,
refém da espera
fronteiras desenhadas
douradas
com a ponta dos teus dedos
sou d’água
vivo n’água
e a cada sol-estrela-sol-estrela
crio labirintos
para que me encontres
ainda mais bela
 
nas rodas da noite
respiro ofegante
para que cada pedaço de terra se afaste de mim
mas perto de um vulcão em erupção
sou capaz de
sentir arder
queimar meus limites e
redesenhar meu corpo...
teu território.
 

Valéria Lourenço in Cadernos Negros 37

Posted in Poemas.